quinta-feira, 29 de agosto de 2013

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE VARIZES




EXISTE TRATAMENTO EM MEDICINA 100% SEGURO?
Primum non nocere – acima de tudo, não prejudicar. Este foi sempre o lema da medicina, e deve ser levado em conta sempre antes de adotar uma forma de tratamento. Em medicina, raramente o médico pode dar-se ao luxo de administrar uma terapia totalmente benigna, que não tenha absolutamente nenhuma probabilidade de prejudicar. Pelo contrário, após estabelecer que o tratamento está sendo realizado realmente no melhor dos interesses do paciente, convém familiarizar-se com os perigos potenciais da terapia proposta e estar preparado para as consequências, no caso de estas ocorrerem.
O QUE É INSUFICIÊNCIA VENOSA?
Insuficiência venosa pode ser definida como a impedância relativa do fluxo venoso de volta para o coração. Quando isso ocorre nas extremidades inferiores, a reabsorção normal dos líquidos perivasculares pelos gradientes osmóticos e de pressão é afetada, resultando em acúmulo de líquido perivascular e linfático. Isso acarreta edema e menor oxigenação dos tecidos circundantes. Essa ruptura do fluxo vascular e linfático normal para as extremidades inferiores pode resultar em dor, cãibras (especialmente de noite), sensações de desassossego, alterações pigmentares, dermatite e ulceração. 
A INSUFICIÊNCIA VENOSA PODE GERAR MANCHAS?

A hipertensão venosa não é uma condição benigna. A cadeia cutânea de eventos após o início da estase venosa é considerada como ocorrendo na seguinte ordem temporal: edema localizado, endurecimento, pigmentação, dermatite, atrofia branca e, nos casos sem tratamento, eventual ulceração, infecção, cicatrização, obstrução linfática e sensibilização às medicações aplicadas.

A PIGMENTAÇÃO PODE SER CAUSADA SOMENTE PELA DOENÇA VENOSA?

A pigmentação também é um sinal de doença com estase venosa. O sistema vascular alongado e distendido debaixo das áreas de estase é mais suscetível aos traumatismos que os vasos normais. Até mesmo pequenas contusões podem acarretar a ruptura da parede vascular com extravasamento de hemácias para dentro da epiderme.

QUAL O PRINCIPAL FATOR DE PIGMENTAÇÃO NAS VARIZES?

Certamente, a insuficiência venosa profunda secundária à incompetência valvular é o principal fator etiológico pelas manifestações cutâneas da insuficiência venosa crônica.

A DOENÇA VENOSA É UM PROBLEMA ESTÉTICO?

Foi estimado que entre 17 e 50% das pessoas com veias varicosas exibem achados cutâneos. Quase todos os pacientes com anormalidades cutâneas possuem incompetência de veias perfurantes. A manifestação cutânea aparece como edema, hiperpegmentação, dermatite ou ulceração. Assim sendo, as veias varicosas e telangiectásicas das extremidades inferiores não produzem apenas preocupação estética, mas representam também um problema médico generalizado e potencialmente sério.
DURANTE A GRAVIDEZ EXSTE PIORA DAS VARIZES?
A gravidez está associada, tipicamente, a incompetência valvular secundária. Muitos estudos epidemiológicos constataram um aumento significativo na incidência de veias varicosas em mulheres que estiveram grávidas.
Durante a gestação, fatores hormonais são os principais responsáveis pela dilatação venosa. Até 70 a 80% das pacientes desenvolvem veias varicosas durante o primeiro trimestre quando o úitero se apresenta apenas ligeiramente aumentado. Portanto, a primeira gravidez representa, provavelmente, o fator lesivo mais importante, com cada gravidez subsequente produzindo menor deterioração da função venosa. As influências hormonais podem explicar também por que as veias varicosas que se manifestam na gravidez regridem após o parto.
Durante a gestação, as veias varicosas parecem ser mais sintomáticas que aquelas que não estão associadas à gestação.

É ACONSELHADO RETIRAR AS VARIZES DURANTE A GESTAÇÃO?
Alguns médicos aconselham a remoção das veias varicosas, para prevenir a trombose venosa pós-parto. Esses autores relatam ausência absoluta de complicações, tanto para a mãe quanto para o bebê com essa conduta, apesar do tratamento realizado entre o primeiro e o oitavo mês de gestação.

É CORRETO USAR ESFOLIANTES PARA TRATAMENTO DESSAS PIGMENTAÇÕES?
Terezakis constatou que o uso de ácido retinóico tópico acelera resolução de pigmentação.
A compressão elástica gradual com co-administração do esteróide anabólico estanozolol reduziu a pigmentação da lipodermatosclerose em 34 pernas de 23 pacientes que também tinham veias varicosas. Além disso, apenas a compressão consegue melhorar as alterações cutâneas lipodermatoscleróticas, incluindo a hiperpigmentação.

O TRATAMENTO DESSAS PIGMENTAÇÕES É FEITO COM MEIAS ELÁSTICAS?
Uma pigmentação cutânea "eruptiva" mais aguda foi observada também como uma "explosão" de hemácias para dentro da derme, como resultado da enorme pressão retrógrada dentro da microcirculação cutânea. Esse fenômeno foi imputado como causa do líquen áureo. O único tratamento para essa condição é a correção da hipertensão venosa subjacente (escleroterapia e/ou cirurgia), incluindo meias para compressão graduada e elevação das extremidades inferiores. Felizmente, quando a hipertensão venosa é tratada, o escurecimento pigmentar desaparece gradualmente.

ESSA PIGMENTAÇÃO PODE DURAR MAIS DE UM ANO?
Georgiev calcula que 1% de seus pacientes e Duffy calcula que até 10% de seus pacientes apresentam uma pigmentação que dura por mais de 1 ano. Em certos pacientes, essa pigmentação pode estar presente sobre as varicosidades superficiais e as telangiectasias antes de realizar-se a escleroterapia.
PESSOAS MORENAS SÃO MAIS PROPENSAS A TER HIPERPIGMENTAÇÃO?

A pigmentação foi relatada como sendo mais comum e pronunciada nos pacientes com cabelos escuros e pele de “tonalidade escura”.

AS COMPLICAÇÕES QUE A PACIENTE RELATA SÃO COMUNS E ESPERADAS NESTE PROCEDIMENTO?
Lamentavelmente, como ocorre com qualquer técnica terapêutica, a escleroterapia comporta inúmeras sequelas indesejáveis e potenciais complicações. Os efeitos colaterais, que são bastante comuns e com certa frequência autolimitantes, incluem pigmentação cutânea perivascular, edema da extremidade tratada, uma explosão de novas telangiectasias perivasculares, dor com a injeção de certas soluções esclerosantes, urticária localizada sobre os locais injetados, bolhas ou foliculite causadas pela aplicação da compressão pós-esclerose, recidiva dos vasos previamente tratados, problemas relacionados ao estresse e hirsutismo localizado.

O POLIDOCANOL É UM ESCLEROSANTE SEGURO?
A segurança e eficácia desse agente são tão proeminentes que um derivado de POL. Os estudos sobre toxicidade realizados em ratos demonstraram ausência de sensibilização após a aplicação cutânea e ausência de toxicidade com a ingestão oral ou com a exposição aos vaporizadores elétricos produtores de vapor. Henschel chega a admitir que, levando-se em conta que a absorção induzida pela atividade superficial sob a parede da variz é maior no ponto da injeção e diminui rapidamente com o aumento da distância, grandes quantidades podem ser injetados sem qualquer perigo de dano ao sistema venoso profundo.
POL é ímpar entre os agentes esclerosantes, pois sua injeção não produz dor e não acarretará ulcerações cutâneas até mesmo com a injeção intradérmica de uma concentração inferior a 1,0%. As reações alérgicas só foram relatadas raramente. O grau de pigmentação produzida pode ser menor do que aquele de outros agentes esclerosantes detergentes. Finalmente, as percepções das complicações por parte dos médicos eram que POL comportava menos complicações gerais (pigmentação, ulceração, flebite, novelo telangiectásico)

É IMPORTANTE O USO DE MEIAS ELÁSTICAS?
A compressão pós-escleroterapia elimina principalmente uma reação tromboflebítica e substitui uma “escleroflebite” pela produção de um cordão fibroso resistente.
Uma redução na extensão da formação do trombo pode reduzir também a incidência de pigmentação pós-esclerose.
A limitação da trombose e das reações flebíticas pode prevenir o aparecimento de emaranhados telangiectásicos.

O AUMENTO DA SENSIBILIDADE NAS PERNAS É COMUM EM QUEM TEM VARIZES?
A tromboflebite superficial (TS) é uma condição dolorosa que, felizmente, só raramente resulta em complicações embólicas sérias. Na ausência de malignidade, a tromboflebite da extremidade inferior está associada, quase invariavelmente, a veias varicosas. A dor associada à TS costuma ser intensa, resultando, provavelmente, da inflamação da densa rede de fibras nervosas somáticas no tecido subcutâneo associado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário